sexta-feira, 6 de maio de 2011

Oxi...A nova arma destruidora.

SÃO PAULO - X., de 14 anos, encosta num poste para se segurar em pé. Tem um cachimbo preso ao elástico da bermuda, está descalço, sujo e mal consegue balbuciar algumas palavras. Duas horas depois, um pouco mais composto, aborda um casal de senhores e pede dinheiro. Ganha um pacote de biscoito, mas não o abre. Usa o produto como escambo para ter direito a um trago do que ele nem sabe mais o que é. X. já ouviu falar do oxi, mas acredita que está viciado em crack. Ele não sabe a diferença, assim como os mais de 400 viciados que perambulam dia e noite pelas ruas quase abandonadas da cracolândia de São Paulo, na região central da cidade, uma das áreas onde a nova e devastadora droga pode estar sendo consumida sem que os usuários tenham a menor consciência disso.


O maior indício de que a droga já está circulando em São Paulo é o preço com que as supostas pedras de crack estão sendo vendidas ali. Aos berros, os traficantes oferecem o "crack" por R$ 2. No mercado do tráfico, porém, sabe-se que o preço dessa pedra é "tabelado" em R$ 10. Em dias de promoção, numa estratégia para arregimentar novos viciados, o valor pode cair um pouco, e chega a R$ 8. Abaixo desse valor, o que está chegando nas mãos do viciado muito provavelmente é o oxi.
- Essa pedra que eles vendem por R$ 2 não é crack. Já estamos ouvindo sobre esse oxi há muito tempo. Como é mais barato, provavelmente é o que já está circulando por aqui. Só que essas pessoas estão num estágio em que não têm condições psicológicas de diferenciar nada - diz um comerciante que $na região há 11 anos.


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